“Nossa luta não pode acabar em nome da Bíblia”, relata feminista ao defender o ato abortivo.

Ela afirma que o Brasil está sofrendo um enorme retrocesso nos direitos das mulheres.

 

Ela fez críticas a respeito da ministra Damares e de sua posição contra o aborto por conta de princípios religiosos, Jacqueline Pitanguy, uma socióloga e cientista política, acha que o Brasil está vivendo um momento de retrocesso relativo a políticas públicas direcionadas aos direitos das mulheres.

Ao defender o aborto, ela acabou expondo seu posicionamento através de criticas contra a ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, que se colocou de forma contrária ao aborto. “O que me chama atenção é que a ocupante do cargo (de ministra) traz uma série de valores e crenças religiosas que não deveriam estar presentes no exercício de sua função. A ministra já disse publicamente que a mulher deve obedecer ao homem no casamento, sendo que uma de nossas principais vitórias foi estabelecer a igualdade de direitos e responsabilidades no matrimônio”, mencionou ela, em meio a uma entrevista cedida à revista Marie Claire.

“Além de inconstitucional, isso é extremamente preocupante porque está comprovado uma estreita ligação entre subalternidade da mulher com a violência doméstica. É triste”, declarou Jacqueline. “No momento que você institui uma crença religiosa dando parâmetros de políticas públicas é bem complicado. Vai contra todo o princípio básico da democracia que é pluralismo. Eu vejo com muita preocupação que uma dirigente de um órgão de direito da mulher se baseie em suas crenças religiosas. Isso poderá causar um possível retrocesso em leis seculares. Se uma mulher não quer fazer o aborto em nenhuma circunstância, ela tem todo o direito, se quer se submeter ao marido, é uma escolha dela. Mas não temos que criar estereótipos”, comentou.

Uma das pessoas que fizeram a fundação da Cepia (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), e que também é feminista, mencionou que os direitos das mulheres não pode terminar em nome da Bíblia.

“Tivemos um avanço tão importante que não podemos deixar nossa luta ir embora emnome da Bíblia, do evangelho, do alcorão e de qualquer religião. Lutamos para que todas as mulheres possam seguir seu caminho e fazer o que quiserem”, concluiu ela.

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