A pastora Odja Barros, uma voz ativa no meio evangélico, enfrenta uma batalha dupla: superar a resistência dentro de seu próprio grupo religioso e romper as barreiras nos espaços políticos. Sua postura progressista e comprometida com os direitos humanos a colocou em uma posição delicada, onde a fé e a política se entrelaçam de maneira complexa.
A Luta Pela Identidade
Odja Barros afirma que a forma como líderes religiosos conservadores se projetaram publicamente criou um estigma que afeta todos os evangélicos, especialmente aqueles que pensam diferente. Ela destaca que o preconceito contra evangélicos progressistas precisa ser superado, pois muitos ainda associam automaticamente pastores a figuras fundamentalistas que utilizam a religião como ferramenta de manipulação ideológica.
Um Novo Cenário
A pastora ressalta que o cenário atual revela uma disputa aberta por hegemonia religiosa no espaço público. Ela critica a forma como a extrema direita tem se apropriado da linguagem religiosa para fins políticos, transformando a religião em ferramenta de domínio cultural. No entanto, Odja também destaca o crescimento de comunidades autônomas e coletivos que vivem a espiritualidade fora das instituições tradicionais, como movimentos como o negro evangélico e grupos LGBTQIA+ cristãos.
Fé e Política: Uma Aliança Possível
Apesar das críticas e desafios, Odja mantém firme sua identidade de pastora evangélica progressista. Ela acredita que é possível viver uma fé cristã comprometida com os direitos humanos e com o respeito à diversidade. “A fé pode — e deve — ser uma aliada na construção de uma sociedade mais justa e humana”, conclui.