
O conflito entre Israel e Irã se tornou um palco de extremos religiosos apocalípticos, com o envolvimento de grupos cristãos evangélicos e muçulmanos xiitas. De acordo com uma análise recente, a administração Trump se tornou um local de fusão entre a eschatologia evangélica americana e a geopolítica do Oriente Médio.
O embaixador de Trump em Israel, Mike Huckabee, é um dos principais defensores da ideia de que o fim dos tempos está próximo. Ele acredita que todos os judeus devem ser reunidos em Israel antes de uma confrontação final entre o bem e o mal durante o apocalipse. Já Paula White Cain, assessora sênior da Casa Branca, é conhecida por falar em línguas e rezar contra demônios que ameaçam a América.
Em uma entrevista recente, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que a volta dos judeus para Israel após 3.000 anos foi um “milagre” e que a sobrevivência de Israel é uma “sequência de milagres”. No entanto, Netanyahu não é um homem religioso, mas sabe que eventos sobrenaturais são bem recebidos pelos evangélicos.
Por outro lado, o regime iraniano, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, acredita que estamos vivendo os últimos dias e que o Mahdi, o 12º e último imã divino, pode reaparecer a qualquer momento. Para acelerar sua emergência, o regime iraniano incorporou as crenças mahdistas em sua estrutura de segurança e política.
O conflito entre Israel e Irã tem implicações significativas para a região e o mundo. Enquanto os Estados Unidos e seus aliados europeus buscam uma solução diplomática, é importante entender as crenças religiosas que estão por trás do conflito. Segundo um estudo do Hudson Institute, o mahdismo é agora uma teologia central dentro da Guarda Revolucionária Iraniana e da milícia Basij.
A situação é ainda mais complicada pelo fato de que muitos em Washington e Teerã anseiam pelo apocalipse. De acordo com uma pesquisa da Pew de 2022, 39% dos americanos acreditam que o fim dos tempos está próximo e que é uma coisa boa. Já no Irã, o regime acredita que a volta do Mahdi é uma questão de tempo.
Enquanto o mundo assiste ao conflito entre Israel e Irã, é importante lembrar que as crenças religiosas estão no centro da questão. A busca por uma solução diplomática é importante, mas é fundamental entender as forças religiosas que estão por trás do conflito.