O Brasil registra em 2025 o maior número de evangélicos de sua história, segundo projeções baseadas nos dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com 26,9% da população declarando-se evangélica, o país conta atualmente com aproximadamente 47,4 milhões de fiéis desta denominação religiosa.
transformação significativa no panorama religioso nacional, com aumento de 4,68% em relação aos números oficiais de 2022.
Expansão geográfica e demográfica
Segundo o IBGE, 244 municípios brasileiros já possuem maioria evangélica em sua população.
O fenômeno é particularmente notável entre jovens e nas periferias urbanas, onde o percentual de evangélicos supera a média nacional.
No bairro de Jardim das Flores, na zona leste de São Paulo, três novas igrejas evangélicas foram inauguradas apenas no último ano.
Isso mudou completamente a vida da comunidade. Antes tínhamos problemas com violência, hoje as famílias se reúnem nas igrejas, disse Maria Silva, moradora local.
Impacto cultural e midiático
A expansão evangélica reflete-se também na cultura e na mídia brasileiras.
Em setembro de 2025, a TV Globo iniciou uma série especial sobre cantores gospel no programa Fantástico, buscando atingir este público em crescimento.
Simultaneamente, observa-se o surgimento de eventos como baladas e festivais gospel, além de templos com nova estética voltada para o público jovem.
A geração Z busca espaços que unam fé e contemporaneidade. Não é sobre abandonar valores, mas sobre contextualizar a mensagem, explicou o pastor André Mendes, de Curitiba.
Perspectivas futuras
Especialistas em estudos religiosos projetam que a tendência de crescimento deve continuar nos próximos anos.
O antropólogo Carlos Eduardo Gomes, da Universidade de São Paulo, comenta que o fenômeno vai além dos números.
Estamos diante de uma reconfiguração do campo religioso brasileiro. As igrejas evangélicas oferecem redes de apoio social que muitas vezes suplementam ou substituem serviços públicos, afirmou o pesquisador.
Nas redes sociais, o tema gerou mais de 50 mil menções apenas na última semana, com debates sobre a influência evangélica na política e na cultura popular.