O afastamento temporário da vereadora Pastora Sandra Alves (União Brasil) por 31 dias, comunicado oficialmente pela Câmara Municipal na segunda-feira (17), gerou repercussão entre apoiadores, lideranças evangélicas e analistas políticos.
A parlamentar alegou "interesses particulares" para justificar a licença, que abriu espaço para o retorno do suplente Adilson Amadeu, ex-vereador com duas condenações por antissemitismo e recentemente exonerado de cargo de confiança na Prefeitura de São Paulo.
Ausência de explicações detalhadas
A assessoria da pastora informou que ela deve publicar uma nota nas redes sociais explicando o motivo da licença, mas até esta quarta-feira (19) não havia detalhamento público. A falta de justificativa objetiva alimentou especulações, especialmente pelo momento em que ocorre o afastamento.
Licença em período estratégico
O afastamento coincide com um dos períodos mais sensíveis do calendário legislativo, que inclui as votações do orçamento de 2026 e as articulações para a escolha da nova Mesa Diretora. Ambas as decisões possuem impacto direto sobre a gestão municipal e a distribuição de poder interno entre os blocos partidários.
Segundo especialistas consultados, afastamentos às vésperas de votações estratégicas são raros porque cada voto pode alterar negociações, composição de blocos e acordos de liderança.
"Quando um parlamentar se licencia exatamente no período em que a Casa se prepara para duas decisões cruciais, isso naturalmente levanta questionamentos. O suplente pode alterar o equilíbrio interno. É um movimento que produz efeitos reais, mesmo quando o afastamento é legal"
O cientista político João Meirelles analisa que a movimentação gera sinais confusos sobre as reais intenções por trás da licença concedida.
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