CGADB: poder, controvérsias e questionamentos em 2025

Principal convenção das Assembleias de Deus enfrenta polêmicas com eleição de pastor condenado e questionamentos sobre transparência financeira.

CGADB: poder, controvérsias e questionamentos em 2025

A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), principal entidade representativa da denominação pentecostal no país, enfrenta questionamentos sobre critérios éticos e transparência administrativa em 2025. Fundada no início do século XX, a convenção tem papel central na organização doutrinária, administrativa e de articulação política das igrejas filiadas em todo o território nacional.


A CGADB surgiu como instrumento de unificação das Assembleias de Deus no Brasil, consolidando-se como a maior convenção pentecostal brasileira. Sua influência se estende para além das questões religiosas, alcançando esferas políticas e sociais por meio de representatividade junto ao poder público.


Polêmicas recentes e eleição


Em março de 2025, a indicação do pastor Nehemias Gaspar de Araújo para o cargo de 2º Vice-Presidente gerou intensa polêmica. Documentos públicos indicam que o religioso havia sido condenado por ato obsceno com menor em 2005. Apesar da condenação judicial, após liminares e impugnações internas, a nomeação foi mantida.


Durante a 47ª Assembleia Geral Ordinária realizada em abril de 2025, Nehemias Gaspar de Araújo foi formalmente eleito para a vice-presidência. Paralelamente, José Wellington Costa Júnior foi reeleito presidente da entidade sem oposição. A decisão provocou críticas sobre os critérios éticos adotados pela instituição.


Questionamentos financeiros


Pastores ligados à CGADB ingressaram com representação criminal contra a própria instituição, demandando prestação de contas detalhada sobre movimentações financeiras. Os documentos judiciais mencionam solicitações de acesso a balanços completos, relatórios financeiros, receitas e despesas.


Entre as movimentações questionadas estão pagamentos de cheques com valores elevados, transferências de recursos para o exterior e registros de gastos com hospedagem, viagens e locações. A representação sugere existirem suspeitas sobre possível mau uso de recursos.


Nova sede e transparência


Em novembro de 2025, a CGADB inaugurou nova sede administrativa, descrita como marco de expansão institucional. A obra, no entanto, levantou questionamentos sobre a origem dos recursos empregados na construção e manutenção da estrutura.


Especialistas em gestão de organizações religiosas apontam que a falta de transparência sobre os investimentos em infraestrutura física gera desconfiança entre os fiéis. A ausência de informações públicas sobre licitações, custos e fornecedores dificulta o acompanhamento da aplicação dos recursos.


Influência política


A CGADB mantém significativa influência no cenário político nacional, articulando-se com parlamentares e exercendo pressão sobre questões de interesse da denominação. A convenção historicamente atua em defesa de agendas conservadoras e em prol de interesses das igrejas evangélicas.


Analistas políticos destacam que o poder de articulação decorre de sua capilaridade nacional e capacidade de mobilização eleitoral. Questiona-se se os recursos da convenção são empregados em campanhas políticas ou financiamento de bases eleitorais.


As controvérsias envolvendo a CGADB em 2025 evidenciam tensionamentos entre tradição institucional e demandas contemporâneas por transparência. Os desdobramentos judiciais e as discussões internas sobre governança devem definir os rumos da convenção nos próximos anos.

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