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Evangélicos comemoram após lei proibir linguagem neutra na administração pública federal

Presidente Lula sanciona norma que veda uso de termos como 'todes' em documentos oficiais. Medida gera reações no meio evangélico.

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Evangélicos comemoram após lei proibir linguagem neutra na administração pública federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (17) uma lei que proíbe o uso de linguagem neutra em todos os níveis da administração pública federal, estadual e municipal. A Lei nº 15.263, publicada no Diário Oficial da União, estabelece diretrizes para a Política Nacional de Linguagem Simples e veda expressamente a utilização de flexões de gênero não convencionais em documentos oficiais, comunicações e textos dirigidos à população.

A medida chega em um momento de acalorados debates sobre inclusão linguística, especialmente após figuras do governo – incluindo a primeira-dama Janja Lula da Silva e o ex-ministro Alexandre Padilha – terem utilizado variações de gênero neutro em cerimônias públicas nos primeiros meses da gestão. Agora, a nova legislação especifica que órgãos públicos não poderão adotar termos como "todes", "amigues" ou construções similares.


Reações imediatas

A vereadora evangélica Sonaira Fernandes (PL-SP) foi uma das primeiras a se manifestar. Em publicação nas redes sociais, a parlamentar afirmou:

"Com certeza não foi ideia da Janja. Lula sanciona uma lei que proíbe o uso da linguagem neutra em todos os órgãos da administração pública. A sanidade está voltando, mas não se engane, não é por benevolência do Lula, isso aqui é medo".


A declaração gerou debate imediato nas redes sociais, dividindo opiniões entre quem celebra a medida como uma vitória do bom senso e quem a enxerga como um retrocesso na inclusão de minorias.


Sonaira Fernandes associou a decisão a uma estratégia do governo diante da rejeição popular a pautas progressistas. Pesquisas de opinião apontam que a maioria dos brasileiros reprova não apenas o uso do pronome neutro, mas também outras bandeiras da agenda identitária.

Em comunidades evangélicas de São Paulo, como no Brás, fiéis comentavam a novidade após os cultos desta terça-feira. Um diácono que preferiu não se identificar avaliou: "Isso mostra que a pressão da base conservadora está surtindo efeito. Muitas famílias evangélicas estavam preocupadas com a direção que algumas políticas estavam tomando".


A lei entra em vigor imediatamente, cabendo aos órgãos públicos adequarem seus manuais de redação oficial e materiais de comunicação. O descumprimento das normas pode gerar responsabilização administrativa.


Enquanto secretarias de administração em todo o país iniciam a revisão de seus textos, linguistas divergem sobre o impacto da medida. Há quem defenda que o português já dispõe de mecanismos inclusivos suficientes, enquanto especialistas alertam que a evolução linguística é natural e não deveria ser limitada por legislação.


A discussão promete seguir aquecida no Congresso Nacional e em fóruns de direitos linguísticos, refletindo um tensionamento que vai além das palavras e alcança o cerne de debates sobre identidade, tradição e mudança social no Brasil.

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