A pergunta sobre quantos evangélicos recebem o Bolsa Família circula frequentemente nas redes sociais, mas não encontra resposta nos bancos de dados do governo federal.
O Cadastro Único, base oficial do programa, não coleta informação sobre religião, impedindo que o Ministério do Desenvolvimento Social identifique quantos beneficiários são evangélicos, católicos, espíritas ou sem religião.
Estimativas baseadas em dados demográficos
Especialistas afirmam ser possível entender o cenário combinando informações demográficas e dados consolidados do programa. O Brasil encerrou 2025 com cerca de 19 a 20 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família, representando mais de 50 milhões de pessoas.
No Censo Demográfico de 2022, os evangélicos representavam 26,9% da população brasileira, indicando presença expressiva desse segmento em diversas faixas de renda.
Maior presença nas comunidades carentes
Pesquisadores apontam que entre a população mais pobre - público-alvo do programa - a proporção de evangélicos é ainda maior, devido à forte presença de igrejas em comunidades de baixa renda, periferias urbanas e áreas rurais.
O sociólogo e pesquisador em religião Ricardo M. Santos explica que a participação evangélica no programa é consequência direta da composição social do país.
Os evangélicos são maioria em centenas de municípios de baixa renda. Quando olhamos para o público que mais depende de políticas sociais, vemos uma forte presença de igrejas pentecostais e neopentecostais. Isso não significa que o programa tenha viés religioso. Significa apenas que quem está na pobreza no Brasil
A ausência de dados oficiais sobre religião no cadastro do programa mantém o debate dependente de estimativas e análises sociológicas.
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