Maduro declara Jesus como 'Senhor da Venezuela' em rede nacional

O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou Jesus Cristo como "Senhor e dono da Venezuela" durante aparição em rede nacional transmitida do Palácio de Miraflores. A declaração ocorre em meio ao contexto de tensão militar com os Estados Unidos.

Em pronunciamento televisionado, Maduro afirmou: "Eu, como cidadão e presidente, me radicalizo com Cristo e reconheço o único Deus real e verdadeiro, o único que adoro e honro ao Padre, ao Filho e ao Espírito Santo, que protege e protegerá a nossa pátria". O líder venezuelano declarou voluntariamente desde a sede presidencial que alaba, adora e dedica toda glória unicamente a Jesus.

A declaração gerou debate nas redes sociais sobre a sinceridade da conversão religiosa. O pastor Marcos Pereira questionou se se tratava de uma conversão genuína ou "pavor de perder o poder". Ele levantou dúvidas sobre a motivação por trás do gesto, sugerindo que poderia ser uma resposta ao "medo da perda total do poder" frente à pressão militar internacional.

Pereira comparou a situação com a conversão bíblica de Zaqueu, destacando que uma transformação verdadeira envolveria restituição aos oprimidos, libertação de presos políticos, admissão pública dos erros cometidos e mudanças concretas na governança. "O evangelho está sendo usado como um escudo, um biombo espiritual para negociar a sua própria segurança", avaliou.

A CNN Brasil destacou que Maduro fez o ato religioso em Caracas sob pressão dos Estados Unidos. Jornais venezuelanos relataram que o presidente dirigiu um "encontro de oração binacional pela paz" com união de igrejas cristãs e evangélicas, apresentando Miraflores como "altar para glorificar a Deus".

A declaração do líder venezuelano continua gerando discussão sobre o uso da fé em contextos políticos, com pedidos de oração pelo povo venezuelano e por discernimento para a igreja local em meio à complexa situação do país.