Trump pode intervir na prisão de Bolsonaro?

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump classificou como "uma pena" a prisão do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ao ser questionado por jornalistas sobre a detenção do líder brasileiro em Brasília. Sem conhecer detalhes do processo, Trump considerou lamentável a situação de Bolsonaro, com quem mantém relação política próxima.

O caso judicial envolve a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal por participação em uma trama golpista e outras acusações relacionadas ao ataque às instituições democráticas. Após sucessivos descumprimentos de medidas cautelares e tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva, decisão mantida por unanimidade pela Primeira Turma do STF.

A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional e aliados políticos de Bolsonaro divulgaram notas criticando a decisão, alegando perseguição e citando o estado de saúde do ex-presidente ao pedir tratamento diferenciado ou prisão domiciliar humanitária, pleitos rejeitados pelo STF. Líderes governistas e juristas defendem que a prisão atende à necessidade de garantir a aplicação da lei penal e a ordem pública.

O governo Trump acompanha o caso dentro de um contexto mais amplo de tensões com autoridades do Judiciário brasileiro, após a adoção e o debate sobre sanções com base em legislações como a Lei Magnitsky contra figuras como o ministro Alexandre de Moraes. Documentos e denúncias da Procuradoria-Geral da República apontam que aliados de Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro, pressionaram autoridades dos EUA para ampliar sanções contra membros do STF e cogitar medidas contra outras autoridades brasileiras, incluindo o procurador-geral Paulo Gonet, tema em avaliação política e jurídica em Washington.