Pai de Santo é convidado ao STF e “energiza” ministros

"Eu dou as orientações, faço a energização”, afirma o pai de santo.

Uma figura emblemática estava entre os convidados para a cerimônia, o pai de santo “Vitão”, como é conhecido Benedito Januário dos Santos, durante a posse do ministro Dias Toffoli como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os ministros da Corte foram muito receptivos com o religioso, inclui conselhos e o que chama de “energização” do tribunal. Essas coisas ocorrem fora as visibilidade da opinião pública ou da cobertura da mídia.
“Quando vou para Brasília, na surdina, vem o Fachin, os outros… Eles querem saber como é. Eu dou as orientações, faço a energização”, afirma o pai de santo.

No Largo São Francisco, a experiência de Vitão é ainda anterior. Além de babalaô, ex-seminarista e coordenador do DJ, é o Rei da Peruada. É ele quem comanda uma das festas mais tradicionais de São Paulo, que passou, recentemente, a fazer parte do currículo da cidade. A primeira foi em 1982, entoando o movimento pelas Diretas Já.Desde então, ele já subia no caminhão da “passeata circense, política e carnavalesca” segurando um peru em seus braços, no horário do almoço, em uma sexta-feira. A partir disso “Vitão” torna-se uma figura conhecida da mídia. Para Vitão, a Peruada hoje está esvaziada politicamente. “No início, o pessoal achava que era coisa do PT. Falávamos principalmente sobre lentidão da Justiça.” Sobre o seu amigo de STF, caracteriza-o como alguém de uma humildade fantástica. “Quem sou eu? Quantos não queriam um convite daquele [para participar da cerimônia de posse]? Quantos professores e desembargadores gostariam de ser convidados? E eu fui o primeiro a ser”, jura.

Depois da posse de Dias Toffoli, Vitão conta que formou dupla de moda de viola com o ministro Gilmar Mendes, um momento de intimidade que poucos possuem. O religioso demonstra estar muito grato pelo privilégio do convite para a ocasião.

“Quem sou eu? Quantos não queriam um convite daquele [para participar da cerimônia de posse]? Quantos professores e desembargadores gostariam de ser convidados? E eu fui o primeiro a ser”, disse.

Questionado sobre qual a opinião sobre a possibilidade de uma indicação evangélica para o STF, Vitão é crítico dispara que a religião é “questão de cada um”. “Não precisa ser terrivelmente evangélico [para ocupar o STF]. Tem que ser um bom ministro”, encerra dizendo.

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