A cúpula da revista Época, do grupo Globo, na tarde desta terça-feira dia 17, solicitou demissão. O ato foi incentivado pela polêmica em torno da reportagem a respeito do curso de coaching de Heloísa Bolsonaro, esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Saíram da Época Daniela Pinheiro, a diretora de redação, o redator-chefe Plínio Fraga e juntamente o editor da revista, Marcelo Coppola. A cúpula da Época divulgou uma nota depois da repercussão negativa que a reportagem gerou “Uma Bolsonaro ensina a vencer na vida”, que mostrou o curso de Heloísa, que inclusive é psicóloga.
Segundo os jornalistas, a matéria não estava além dos limites éticos. O grupo Globo, posteriormente, fez a divulgação de um texto no qual continha um pedido dedesculpas por causa da reportagem. Diante da resposta da empresa, os jornalistas resolveram sair.
O Conselho Editorial do Grupo Globo falou que tomou“decisão editorial equivocada” e efetivou um pedido de desculpas a Heloísa Bolsonaro e, além disso, aos seus leitores pelo “erro” na elaboração da reportagem.
Denominada “O coaching online de Heloísa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador”, a divulgação da matéria aconteceu nessa última sexta-feira dia 13, e foi intensamente comentada pela psicóloga, por Eduardo Bolsonaro, pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seus apoiadores. Eduardo fez uma ameaça, em meio a uma publicação feita em uma rede social, dizendo que irá mover uma ação judicial contra o repórter, o editor-chefe e a diretora de redação da revista.
Eduardo Bolsonaro publicou “Vamos processar o repórter da Época/Globo o editor-chefe e a diretora de redação @dpinheiro_press .
Da próxima vez que a Época falar besteira tem que lembrar “ah, aquela revista que fez covardia com a nora do Bolsonaro“… Credibilidade zero.”
Na noite dessa segunda-feira dia 16, em nota divulgada, o Conselho Editorial do Grupo Globo fala que “o erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line”. “Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista”, informa o trecho da nota.
Jair Bolsonaro igualmente reagiu nas redes sociais. De acordo com ele, o que, nas sessões, “deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público”.
“IMPRENSA SEM LIMITES: sem se identificar, o jornalista João Paulo Saconi, Época / Globo, se passou por gay e fez sessões com minha nora Heloísa (psicóloga, esposa do Eduardo) e gravou tudo. O deveria ficar apenas entre os dois, por questão de ética, agora vem a público.” Comentou o presidente da República.
