O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito civil para investigar uma denúncia de racismo religioso contra Claudia Leitte. A cantora, que abraçou a fé evangélica em 2014 e logo depois se batizou, alterou a letra de “Caranguejo” durante um show em Salvador no último sábado (14). Ela trocou “Iemanjá” por “Yeshua”, provocando reações diversas.
A Denúncia
A denúncia veio da yalorixá Jaciara Ribeiro e do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). Eles alegam que a mudança descontextualiza a música e pode ser vista como um ato de desprezo contra as religiões afro-brasileiras. A promotora Lívia Sant’Anna Vaz está à frente da análise do caso.
A Discussão Sobre Intolerância
Os denunciantes argumentam que a Festa de Iemanjá e a própria orixá são patrimônios culturais protegidos. No entanto, esta situação levanta uma questão maior: a liberdade de expressão religiosa. Claudia Leitte exerceu seu direito de manifestar sua fé através da arte, uma prática que deve ser avaliada com cautela para não se confundir com intolerância.
A Resposta do MP-BA
O MP-BA, em uma nota ao portal iBahia, confirmou a abertura do inquérito para determinar se a ação de Claudia Leitte constitui racismo religioso ou se atenta contra o patrimônio cultural e os direitos de comunidades religiosas de matriz africana. A investigação também pode levar a uma responsabilidade criminal.
🚨INTOLERÂNCIA RELIGIOSA 🚨
Cantora Cláudia Leitte, mais uma vez, retira Iemanjá da canção, em uma atitude evidente de racismo e intolerância às religiões de matriz africana.
40 anos de axé, e o axé sendo desrespeitado. Confiram o vídeo. pic.twitter.com/wt6Gaf00ET
— Ironia Sangalo 🔋🔥 (@IroniaSangalo) December 15, 2024
