
O documentário “Apocalipse nos Trópicos”, dirigido por Petra Costa e lançado recentemente nos cinemas brasileiros, apresenta uma entrevista inédita com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva. Durante a conversa, Janja interrompe o marido e associa líderes evangélicos a práticas violentas.
De acordo com a entrevista, realizada em 2022, Lula reconheceu o empenho de Jair Bolsonaro em conquistar o apoio dos evangélicos durante a eleição. “Ninguém trabalhou como ele” para conquistar esse grupo, disse o presidente.
No entanto, foi Janja quem chamou a atenção com uma intervenção inesperada. “Há pessoas que estão dando tiro dentro das igrejas”, disse ela, associando líderes religiosos a episódios de violência.
A declaração de Janja gerou polêmica e destacou a influência que ela exerce no governo Lula. A primeira-dama coordena eventos oficiais, faz críticas públicas a adversários e dispõe de assessores pagos pelo governo federal.
A atuação de Janja no governo tem causado desconforto em ministros e aliados do presidente. Ela tornou-se tema de discussões internas e foi protagonista de polêmicas recentes, como quando viajou de Brasília a São Paulo em aeronave da Força Aérea Brasileira para consulta com ginecologista.
A reação de Lula à declaração de Janja não foi divulgada, mas é claro que a primeira-dama tem uma visão crítica sobre os líderes evangélicos e sua influência no país. O documentário “Apocalipse nos Trópicos” é mais um capítulo na polêmica que envolve a família presidencial e os evangélicos.