A Uber implementou em novembro de 2025 novas regras que já afetam milhares de motoristas em todo o Brasil, gerando protestos e preocupação no setor de transportes por aplicativo.
A plataforma passou a notificar automaticamente profissionais sobre sua exclusão de categorias premium como Comfort e Black, alegando a necessidade de atualizar padrões de conforto e segurança para os passageiros.
Modelos populares como Renault Kardian, Citroën Basalt, Chery Tiggo 3X, Peugeot e-2008 e até híbridos como o Hyundai Kona foram banidos, mesmo sendo veículos recentes ou revisados.
As mudanças, já em vigor em cidades como São Paulo, Brasília e Fortaleza, exigem que motoristas interessados nessas categorias adquiram veículos mais novos (acima de 2023 para Black) e mais equipados, com ar-condicionado, quatro portas e cores restritas.
Para muitos profissionais, tornou-se impossível bancar o investimento sem garantia de retorno financeiro. "Está virando coisa de elite, do jeito que está só os grandes vão poder rodar", desabafa um motorista excluído pelo novo sistema.
Entidades da categoria denunciam um processo de exclusão "frio e sem diálogo", com muitos motoristas relatando não ter recebido aviso prévio sobre o bloqueio automático e criticando a falta de transparência nos critérios da decisão.
A polêmica ganhou força com correntes de protesto, assembleias e ameaças de migração para concorrentes menos restritivos, como 99 e InDrive.
Passageiros também reclamam do aumento nos preços e da redução da frota nas ruas, especialmente em horários e regiões de maior demanda.
A Uber mantém a justificativa de que as mudanças visam elevar o padrão global, combater reclamações de clientes e garantir segurança, mas o debate sobre precarização, elitização e impacto social do serviço está apenas começando.