O mercado de pregações evangélicas no Brasil em 2025 enfrenta uma polêmica crescente com pregadores cobrando cachês que variam de R$ 5 mil a R$ 90 mil por sermão. Esses valores têm gerado tensões internas nas comunidades de fé, especialmente quando contrastados com a realidade financeira de muitas congregações.
O debate ganhou força com casos emblemáticos, como o do pastor Theo Rubia, que recebeu R$ 90 mil por uma apresentação de 1h30 na Marcha para Jesus de Caarapó, e da pastora Camila Barros, com cachê de R$ 40 mil por pregação. A maioria dos pregadores também exige passagens aéreas, hospedagem em hotéis de categoria, transporte executivo e, em alguns casos, relatórios prévios com estimativas de público.
Críticas e contradições
Em junho de 2025, o pastor Jece Goes, fundador do Ministério Canaã, criticou publicamente a prática. Ele questionou a compatibilidade dessas exigências com a realidade das igrejas e afirmou:
"Alguns cantores solicitam bandas completas com seis a dez integrantes e relatórios prévios de público. Isso é uma vergonha"
Vídeos que viralizaram no mesmo ano destacaram contradições, como um pregador que recebeu R$ 800 de oferta em um evento, mas cobrou R$ 22 mil em outro. O caso do Congresso dos Gideões Missionários também chamou atenção, onde o pastor Abílio Santana revelou ter pago R$ 52 mil para pregar durante a gestão anterior.
Divisão no movimento evangélico
A polêmica reflete uma divisão mais profunda entre visões mercadológicas e missionárias, com impactos diretos nas pequenas congregações que não conseguem bancar cachês elevados. Enquanto alguns defendem a necessidade de cobrança para sustento, outros como o pastor Zé Bruno argumentaram em vídeo:
"Nunca cobrei pra pregar e jamais pregarei. Quer dinheiro? Tenha sua profissão"
A tensão deve se intensificar com a aproximação das eleições de 2026, onde pregadores são cotados para eventos políticos com valores ainda maiores, ampliando o debate sobre os limites entre profissionalismo e exploração religiosa.
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