
O pastor Airton Novaes, que recentemente renunciou ao cargo de pastor na Igreja Imagem e Semelhança, em Joinville (SC), após confessar um caso de adultério, é acusado de ter emitido notas fiscais milionárias para a própria igreja. Segundo informações obtidas pelo portal Fala Farizeu, a empresa de Novaes teria cobrado valores que variam entre R$ 15 mil e mais de R$ 80 mil, em alguns casos ultrapassando R$ 100 mil.
Em um vídeo de 2021, Novaes afirmou não receber salário da igreja. “Eu nem trabalho… nem tenho salário”, disse o líder religioso na ocasião. Contudo, fontes ligadas à própria igreja informaram que existem diversas notas fiscais emitidas pela empresa de Novaes, cobrando valores significativos.
A revelação sobre as notas fiscais gerou grande decepção entre fiéis, principalmente pela imagem de humildade que o pastor transmitia em suas pregações. Alguns membros da igreja relatam que a liderança da igreja já tinha conhecimento dessas cobranças, mas preferiu manter o silêncio para evitar escândalos internos.
O caso reacende discussões sobre a transparência financeira de ministérios evangélicos no Brasil, especialmente quando envolvem empresas pessoais de líderes religiosos contratadas pelas próprias igrejas. Especialistas em direito religioso afirmam que, apesar de não configurar ilegalidade se devidamente declarado, a prática levanta questões éticas sobre o uso de recursos de ofertas e dízimos para pagamento de empresas ligadas aos pastores.
A equipe de reportagem tentou contato com Airton Novaes para esclarecimentos sobre as cobranças emitidas por sua empresa, mas até o momento não obteve resposta.