PL e família Bolsonaro têm crise por aliança com Ciro Gomes

O Partido Liberal (PL) e o núcleo familiar do ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentaram uma turbulência política neste final de semana por conta de uma polêmica aliança no Ceará. O acordo previa o apoio do PL a uma possível candidatura do ex-ministro Ciro Gomes ao governo do estado, o que gerou intensa divisão interna.

A controvérsia atingiu seu auge no sábado, quando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou publicamente em um evento no Ceará, criticando veementemente a aliança do partido com Ciro Gomes. Michelle declarou que era inadmissível apoiar "um homem que é contra o maior líder da direita", em clara referência às críticas históricas que Ciro fez a Jair Bolsonaro.

A ex-primeira-dama indicou o apoio a outro nome da direita, Girão, gerando um recuo informal do apoio anteriormente acordado e expondo uma divisão dentro da família. O deputado federal André Fernandes, principal articulador do apoio a Ciro no Ceará, acabou no centro das críticas por seguir uma orientação que, segundo alguns, não condizia com os valores da direita.

Diante da repercussão negativa e do constrangimento de André Fernandes, os filhos do ex-presidente se pronunciaram para defender o deputado cearense. Eduardo Bolsonaro afirmou que o acordo com Ciro Gomes havia sido uma "posição definida pelo meu pai" e que Fernandes não deveria ser criticado por "obedecer o líder".

O vereador Carlos Bolsonaro seguiu a mesma linha, defendendo a união e o respeito à liderança paterna para não deixar a direita ser levada por "outras forças", o que evidencia o desconforto familiar com o posicionamento de Michelle.